Projetos inovadores apoiados pela Fapespa são destaque no primeiro dia da SBPC
Foto: Marcelo Rodrigues
O espaço do governo do Estado dedicado à ciência, pesquisa e tecnologia foi muito visitado, prestigiado, inclusive, pela Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Brasil
O primeiro dia de participação da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi marcado por apresentações de pesquisas de bioeconomia e debates sobre o avanço da ciência.
“Iniciamos a 76ª reunião anual do SBPC e a Fapespa está presente apresentando mais de 20 dos seus projetos financiados. São projetos que dialogam com esse momento que o Brasil vive, que a Amazônia vive, que o Pará vive. Momento de fortalecimento da economia, de fortalecimento da conservação da floresta, floresta viva, uma valorização do conhecimento tradicional, das nossas principais cadeias de valores. É sobre nossa biodiversidade e a mitigação do impacto ambiental pelas cadeias já existentes e que são fortes no nosso Estado. É esse olhar da conjugação, sinergia que a Fapespa traz pra SBPC e mostra pra todo mundo que aqui no Pará nós temos um plano de desenvolvimento sustentável e que vai ser certamente uma visão para o mundo copiar. Nós vamos apresentar tudo isso na COP e não há dúvidas de que será um modelo a ser seguido no futuro”, destacou o dirigente da Fapespa, Marcel Botelho.
No stand da Fapespa, localizado no espaço ExpoT&C, muitos visitantes puderam ver de perto projetos apoiados e financiados pela instituição. O espaço do governo do Estado dedicado à ciência, pesquisa e tecnologia foi muito visitado, prestigiado, inclusive, pela Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Brasil, Luciana Santos.
“Hoje, no stand da Fapespa, foi um dia dedicado para projetos de pesquisa voltados para produtos da bioeconomia. São aqueles projetos que já estão em um estágio mais avançado e já têm algum produto desenvolvido”, explica Dayvison Medrado, diretor científico da Fapespa.
As pesquisas apresentadas foram: formação de banco de espécies vegetais da Amazônia e uso de resíduos para produção de biocarvão; melhoramento de produto e processo de recobrimento de sementes de pimenta-do-reino; produção de papéis e filmes a partir de fibras do resíduo do açaí para indústrias; utilização de inteligência artificial para reconhecimento de doenças do cacau na região amazônica.
Pimenta-do-reino – A pimenta-do-reino é um dos produtos mais importantes da agricultura paraense e, por isso, objeto de pesquisa. Nájma Kahwage é graduanda em engenharia química e integrante de um projeto que desenvolve estudos para o beneficiamento da espécie. O projeto é apoiado pela Fapespa e teve destaque no stand neste primeiro dia de evento. Dentre os produtos apresentados utilizando a pimenta-do-reino, teve a pimenta in natura recoberta com biofilme feito da mandioca, óleo essencial, velas aromáticas, sabão e a piperina, composto valioso responsável pelo ardor da pimenta.
“A Fapespa foi essencial no nosso projeto, porque ela permitiu que a gente tivesse acesso tanto aos insumos comerciais para compra de matéria-prima, quanto aos vários equipamentos que permitiram que a pesquisa fosse feita. Nosso trabalho focou em aumentar o tempo de prateleira da pimenta e diminuir a existência de fungos, de bactérias e de tudo que possa alterar as características do produto”, relata Nájma.
Reaproveitamento do açaí – Gabriely Victória, representante do Laboratório de biossoluções e bioplásticos na Amazônica (LABA), conta que tem sido gratificante a oportunidade de apresentar a pesquisa que tem se dedicado. Ela faz parte de um projeto que busca transformar o caroço de açaí bruto em vários sub produtos. Segundo a pesquisadora, muitos visitantes ficaram surpresos com a diversidade de produtos que podem ser gerados a partir desse fruto tão popular na mesa do paraense.
“O principal foco do nosso estudo são os bioplásticos, que podem substituir as embalagens plásticas muito prejudiciais ao meio ambiente. Os outros sub produtos são o café de açaí puro e o misturado com café normal, corantes líquidos não alimentícios que podem ser aplicados em tecidos, óleo da polpa de açaí que pode ser usado em cosméticos, como batom e hidratante, e ainda a ração de açaí, rica em proteína”, explica Gabriely. O próximo passo da pesquisa é conseguir colocar os produtos no mercado para a população.
Os visitantes podem conhecer os projetos até o sábado, dia 13, na Universidade Federal do Pará. “Deixo o convite para que todos visitem o nosso stand nos próximos dias. Cada dia é uma temática diferente. Amanhã, vamos falar das agências de internacionalização, das parcerias, das oportunidades de intercâmbio nas quais a Fapespa vem trabalhando com outros parceiros da Suíça, Reino Unido, da União Europeia e de vários outros países do mundo”, convida Dayvison.