Fapespa encerra participação na Reunião da SBPC apresentando ‘Iniciativa Amazônia+10’
Participantes da Fapespa no maior evento científico da América Latina
Foto: Ascom/Fapespa
O Programa reúne pesquisas que visam enfrentar desafios sociais, econômicos e ambientais na região
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), órgão do Governo do Pará, cumpriu seu cronograma de apresentação de projetos no maior evento científico da América do Sul, a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada no Campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, encerrada no sábado (13).
No primeiro dia da SBPC (08), a Fapespa mostrou a acadêmico e visitantes aspectos da internacionalização da ciência, lançamento de livros, parcerias e investimentos na difusão da ciência da Amazônia para outros países, que se materializa, antes da COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas), em um número cada vez maior de visitas de delegações estrangeiras ao Pará, reforçando a possibilidade de ampliar intercâmbios.
A Fundação também fez o pré-lançamento do livro “Água, cidade e governança: desafios às mudanças climáticas”, pesquisa resultante de um projeto financiado pela instituição, em parceria com pesquisadores italianos. O lançamento oficial será no dia 26 de setembro, em Roma (Itália).
Na terça-feira (09), pesquisadores da Fundação explicaram as oportunidades de mobilidade e cooperação científica entre Brasil e Europa – um deles com a representação regional EURAXESS LAC (América Latina e Caribe).
Na quarta-feira (10), a agenda da Fapespa foi destinada ao conhecimento do “Clima e Meio Ambiente e o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, com as pesquisas “Os rios amazônicos: Aspectos socioambientais das águas superficiais amazônicas; “Rede piloto de inovação no monitoramento da qualidade do ar na região Oeste do Pará” e “Viabilidade econômica de tecnologias agrometeorológicas como mitigação de mudanças climáticas na cadeia produtiva do cacau da Transamazônica”.
Segurança cibernética – O tema “Inovação” abriu as apresentações da quinta-feira (11) sobre a “Segurança cibernética aplicada ao ciclo de capacitação, conscientização, mapeamento, avaliação, privacidade, conformidade e auditoria”; “Selo Guamá de Gestão da Inovação”; “Empresas Centelha II” e Empresas InovAmazônia”.
“Impacto Social” foi o tema abordado na sexta-feira (12), incluindo pesquisas sobre “Avaliação de uma tecnologia social que promove água potável para ribeirinhos na região insular de Belém”; “Programa de desenvolvimento socioeducacional às pessoas com transtorno do espectro autista do Pará” e “Sistema Inteligente para Promoção do Desenvolvimento Infantil na Amazônia Paraense”.
O Programa “Iniciativa Amazônia+10” fechou a extensa agenda institucional da Fapespa na 76ª SBPC, no sábado (13), com uma síntese e atualizações dos estudos sobre os “Parâmetros fisiológicos e análise de risco para patógenos zoonóticos em botos-do-araguaia sob impactos ambientais; “Inov’Açaí – co-construção de conhecimentos, inovações e políticas públicas para sustentabilidade da produção comunitária”; Prospecção científica e tecnológica para o desenvolvimento sustentável de bioativos antimicrobianos a partir de resíduos de plantas da Amazônia e o “Environmental contaminants and multiple exposure risks in the Eastern Brazilian Amazon – Acesso a medicamentos na Amazônia”.
O diretor Científico da Fundação, Deyvinson Medrado, mostrou o perfil, objetivos, aperfeiçoamento entre editais de pesquisa, metas, atual estágio e as perspectivas para o avanço do programa Iniciativa Amazônia+10.
Frutas pelo mundo – Já a pesquisadora Débora Leal, com doutorado na Alemanha, considerou aspectos dos estudos que desenvolve voltados ao cultivo de frutas do Pará consumidas em outros países, desde a castanha-do-pará, o açaí e o cacau, que representa uma perspectiva no mercado global capaz de atingir o valor de US$ 2,5 bilhões até 2025. O trabalho de Débora Leal também destaca os “desafios para reduzir os impactos sociais da exploração desses frutos, sem prejuízos econômicos” às populações que dependem dessas atividades.
Após as exposições houve a participação de pesquisadores e estudantes interessados em conhecer mais sobre o Iniciativa Amazônia +10, incluindo futuros editais, participação de pesquisadores das universidades do Sul e Sudeste (Unifesspa) e oeste do Pará (Ufopa), destinação de mais equipamentos às instituições do interior do Estado, coordenação dos projetos com a participação dos pesquisadores das instituições fora da capital paraense e estudos para a conservação de plantas da região com comprovada eficiência farmacológica, exemplo da “unha-de-gato”. As espécies Uncaria tomentosa e Uncaria guianensis têm propriedades diuréticas, antioxidantes, anti-inflamatórias, imunoestimulantes e depuradoras, podendo ser utilizadas para auxiliar o tratamento de infecções, inflamações e melhorar a imunidade.
Parcerias – “O Iniciativa Amazônia+10 é um programa muito importante para a Fapespa. Nós participamos desde o início de sua concepção, de todas as suas ações. Fomos sempre muito engajados. É um programa muito valoroso para fortalecer redes, estabelecer parcerias e angariar recursos para a região amazônica e o Pará”, informou Deyvison Medrado.
Por esse motivo os temas apresentados no último dia da 76ª SBPC foram dedicados ao Programa, com a revelação dos primeiros resultados parciais, possibilidade de novas parcerias e de formação de redes de pesquisadores entre as regiões do Estado.
“Esse espaço presencial que a Fapespa trouxe para a SBPC causou impacto e demonstrou a perspectiva de impactos para os próximos anos, meses, onde esses pesquisadores estão em conato com o que estamos produzindo. Encerramos a SBPC fazendo uma retrospectiva breve das duas primeiras chamadas (editais) e uma ampla discussão do que é o Programa ‘Desafios na Amazônia’, onde estamos envolvendo parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e temos a doutora Débora Leal como consultora, que vai trabalhar junto com a gente para dar esse suporte. Foi muito bom conversar com os pesquisadores, ouvir suas contribuições, para que a gente deixe essas observações cada vez mais perto da realidade, para dar atenção criteriosa ao desenvolvimento da pesquisa no interior do Estado, e se possa cumprir os objetivos e evitar ser ‘coletador de folha na Amazônia’. Queremos ter todos os materiais, processar, gerar os dados e publicar os artigos para reforçar o protagonismo do pesquisador amazônida”, disse Deyvison Medrado.
Sobre a participação da Fapespa na Reunião da SBPC, o presidente da instituição, Marcel Botelho, disse que foi uma semana fantástica, uma oportunidade para falar das necessidades da Amazônia em investimentos e tecnologia.
“Falamos sobre bioeconomia, impacto social das pesquisas, clima, cadeias produtivas e rastreabilidade, e finalizamos o evento da SBPC falando sobre a Iniciativa+10. A Fapespa pôde interagir não só com os seus clientes, mas com seus fornecedores, com a população que fornece o insumo necessário para que a gente realize pesquisas e melhore a qualidade de vida dessa população por todo o Pará. É isso que a Fapespa faz, que o governo do Estado faz, promovendo o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Por isso, esta semana foi de muitos avanços e aprendizados, mas também da divulgação do que a gente vem fazendo muito bem em nosso Estado”, avaliou Marcel Botelho.
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