Estado apoia iniciativa de inovação voltada para startups com foco em bioeconomia
Foto: Izabela Nascimento – Ascom Semas
Programa de reúne startups brasileiras e suíças, e oferece programação com duas semanas de imersão na realidade amazônica
Representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiental e Sustentabilidade (Semas) e a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) participaram, na terça-feira (24), em Belém, da primeira edição do NexBio Amazônia. O programa de inovação sustentável reúne sete startups brasileiras e sete suíças, oferecendo uma programação intensa de duas semanas de imersão na realidade amazônica. A Swissnex, agência da Secretaria de Educação, do governo da Suíça, que conta com a parceria do Governo do Pará, é a organizadora do programa.
O evento de abertura contou com uma mesa-redonda sobre bioeconomia, composta por representantes da Semas, Fapespa, além de empreendedores locais e pesquisadores suíços e brasileiros. Nela, foram discutidos os diferentes entendimentos e práticas de bioeconomia. O objetivo foi explorar como os conceitos de bioeconomia podem se complementar entre os dois países, enriquecendo os modelos de negócios sustentáveis de ambas as partes.
“Recebemos aqui na Fapespa a continuidade do programa NexBio, que promove o intercâmbio entre startups brasileiras e suíças. É um programa interessante e da seguimento àquilo que a Fapespa e a Semas estão trabalhando dentro do PlanBio, o plano de economia do Estado que agora chega a uma fase interessante porque está na fase de execução. Essas startups se representam a execução do nosso plano de economia”, informa o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
Em um segundo momento, abordaram os desafios e oportunidades de inovar na Amazônia e em bioeconomia. As discussões destacaram a necessidade de alinhar as ações às políticas setoriais do estado e garantir os direitos das comunidades e populações tradicionais da região.
“O NexBio atua tanto na pesquisa quanto no fomento a empreendimentos da bioeconomia. Acredito firmemente que o intercâmbio entre a Suíça e o Brasil pode trazer muitos frutos. É fundamental destacar nosso diferencial: por meio da bioeconomia, podemos transformar a Amazônia, melhorando a qualidade de vida, criando empregos verdes e promovendo uma economia mais robusta para uma transformação socioeconômica de baixo carbono que é essencial”, destaca Camilla Miranda, responsável pela Política de Bioeconomia, Projetos Especiais e Políticas Estratégicas na Semas.
“Nosso objetivo é comparar e integrar os conceitos de bioeconomia entre Brasil e Suíça, além de preparar as startups para apresentar seus modelos de negócios a investidores, clientes e parceiros. Agradecemos a todos pela presença e participação”, comenta Vincent Neumann, gerente de startups e inovação da Swissnex.
O programa visa promover a colaboração entre empreendedores suíços e brasileiros para desenvolver tecnologias e soluções sociais específicas para a bioeconomia da Amazônia. As consultas realizadas com atores locais, comunidades, academia e governo identificaram cadeias de valor prioritárias a serem fomentadas.
O projeto conta com a participação de 14 startups, sete suíças e sete brasileiras, selecionadas através de um chamamento público feito pela Swissnex. A organização atua no Brasil há dez anos e organizou esta edição em parceria com a Fapespa, Fiocruz, Laboratório Pollen e Sesc. As startups foram escolhidas para trabalhar juntas e explorar a realidade amazônica, desenvolvendo soluções para temas prioritários definidos em um workshop realizado em novembro do ano passado.
De acordo com Francisco Samonek, CEO da Seringô, uma iniciativa de impacto socioambiental que trabalha com comunidades extrativistas de borracha natural no Marajó, a mesa-redonda formada entre o Brasil e a Suíça, com instituições do governo brasileiro, foi muito importante por discutirem a constituição da bioeconomia. “A bioeconomia deve ser também socio-bioeconomia, pois na nossa região amazônica há pessoas vivendo no meio da floresta. São mais de cinco milhões de pessoas que vivem na zona rural e sob as florestas, e elas dependem de ter uma vida digna. Portanto, para falarmos em bioeconomia, não podemos esquecer das pessoas que estão nesse ambiente. Acho que isso ficou bem claro na conversa e no painel que tivemos aqui. Foi muito positivo o entrosamento para que pessoas de outras regiões compreendam que, ao comprar um produto com origem na Amazônia, é necessário agregar valor para que essas pessoas possam ter melhores condições de vida”, disse Francisco Samonek.
As startups participarão de atividades que incluem treinamentos, aproximação para negócios, além de visitas a regiões como Santarém e Altamira para conhecer a realidade local da Amazônia. Na programação desta quarta-feira, cada startup teve a oportunidade de reformular a comunicação de sua missão, visão e valores, preparando-se para futuras apresentações a investidores, clientes e parceiros.
“O objetivo é que essa imersão na região, as startups desenvolvam projetos conjuntos, propondo novos produtos, processos e soluções para as cadeias produtivas da região amazônica, focando em áreas prioritárias como cacau, pupunha, óleos essenciais, produtos florestais não madeireiros e pescada”, menciona Deyvison Medrado, Diretor Científico da Fapespa.
Texto de Mário Gouveia / Ascom Semas