Com apoio da Fapespa, paraense é destaque no maior evento de divulgação científica da América Latina
Com apoio da Fapespa, paraense é destaque no maior evento de divulgação científica da América Latina
Por Gustavo Pêna/Ascom Fapespa
A estudante paraense de ciências biológicas Gabriele Miranda, de 24 anos, teve destaque na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), considerado o maior evento de divulgação científica da América Latina, que está acontecendo em Curitiba, no Paraná. Aluna do Instituto Federal do Pará (IFPA), no Campus Tucuruí, ela ganhou “Menção Honrosa” com o projeto “Os sistemas agroflorestais como alternativa sustentável para o desenvolvimento de micorrizas em palma de óleo na Amazônia”, financiado pelo governo do Pará através da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).
Durante um ano, Gabriele Miranda se dedicou em pesquisar a relação simbiótica entre fungos e plantas presentes nos Sistemas Agroflorestais de Tomé-Açu, da Região de Integração Rio Capim. Os fungos simbiontes, conhecidos como micorrizas, são microrganismos presentes naturalmente nos solos e ajudam as plantas a absorverem mais nutrientes e água, aumentando a produtividade e o crescimento do vegetal.
“Nosso trabalho comparou a interação fungo-planta de áreas de sistemas agroflorestais com sistemas convencionais de cultivo. Como resultado principal mostramos que plantas em sistemas agroflorestais aumentam a interação com fungos no solo e potencializam a rede micelial fúngica nesse ambiente. Isso contribui significativamente para o maior fluxo de nutrientes e água entre as plantas, impactando diretamente na produtividade do sistema e reduzindo, assim, gastos futuros com fertilizantes químicos no solo. Os fungos, portanto, funcionam como uma espécie de “biofertilizante” natural no solo”, explicou o Prof. Dr. Rodrigo da Silva Maia, que orientou o projeto.
Com o trabalho, Gabriele publicou artigos em revistas nacionais e internacionais, além de ter participado de eventos como o XIV Seminário de Iniciação Científica, Tecnológica e Inovação (Sicti) do IFPA, em novembro, no Campus Conceição do Araguaia, no qual também foi premiada como um dos melhores trabalhos apresentados.
“Participar do SBPC foi extremamente gratificante, pois tive a oportunidade de apresentar, pela primeira vez, uma pesquisa em um evento de âmbito nacional. Essa experiência certamente ficará marcada para sempre em minha vida acadêmica, ao lado dos meus colegas de laboratório. É gratificante ver estudos científicos ainda sendo reconhecidos os dias atuais”, falou Gabriele.
“Quando a aluna participa desses eventos, além do fator motivacional, que é importante para continuar trabalhando e se dedicando nos estudos e pesquisa, tem a questão do “network” com outros alunos e pesquisadores, o que acaba sendo uma experiência enriquecedora que o aluno vivencia”, disse o orientador Rodrigo Maia, que completa. “Nosso próximo passo é calcular os serviços ambientais prestados por esses fungos e mostrar o quanto o produtor rural pode economizar se adotar práticas agrícolas que beneficiam a interação da planta com as micorrizas na agricultura Amazônica”.
O projeto de pesquisa de Gabriele Miranda foi aprovado por meio do Edital nº 02/2021 da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (Proppg) do IFPA, que teve a concessão de bolsas de Iniciação Científica na modalidade PIBIC-Gr (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Graduação) financiadas com recursos da Fapespa.
“O Pará possui um ecossistema de pesquisa muito forte. A Fapespa irriga esse sistema fazendo florescer os talentos nas nossas instalações. A formação desses profissionais altamente qualificados nos colocará certamente na vanguarda do desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia”, analisa o diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
O trabalho apresentado pela estudante Gabriele Miranda na 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) pode ser assistido clicando aqui.
Bolsas de Pesquisa – Em junho, a Fapespa lançou uma chamada ofertando até 1.300 bolsas de Iniciação Científica (IC), com o prazo de submissão encerrado no último dia 14 de julho. Em seguida, a Fundação tornou pública a oferta de até 200 bolsas de Mestrado, com propostas sendo inscritas até esta sexta-feira (28). Já a submissão de propostas para as 150 bolsas de Doutorado encerra na segunda-feira (31).